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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dislexia - Tema abordado no 5º Encontro - 13/04/2011





“Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial” conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam à sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de “disciplinar cavalos selvagens”. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado paira sobre Ishaan. Não demora para que o diagnóstico de dislexia fique claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver. Embora o filme fale diretamente sobre o caso de uma criança, ele é uma mensagem para o mundo sobre o verdadeiro papel de um educador e formação de um novo ser humano. Ao afirmar no título que toda e qualquer criança é especial, que são como estrelas na Terra, a proposta é trazer a ideia de que não podemos negligenciar a diversidade e preciosidade dos projetos de gente de nosso mundo, pois são eles que fazem o futuro. O filme vai muito além de tocar na sensibilidade de ser criança e educador; ele manda uma mensagem de nosso papel como ser humano.




O menino é um ator fantástico (foi premiado, merecidamente), assim como o professor, que é o primeiro adulto que consegue realmente "enxergá-lo". A família do menino também tem bons momentos no filme, entre outros bons atores. Como é triste ver que assim como lá, aqui também ainda rotulam, muitas vezes, de "burros", "preguiçosos" e "indisciplinados" alunos que podem estar com diferentes tipos de problemas/transtornos, como a dislexia da personagem do filme... É mais fácil colocá-los todos no mesmo saco e carimbar do lado de fora "alunos-problemas" ou "alunos-difíceis" ou ainda "alunos-que-não-têm-jeito-mesmo".  


E a importância da ARTE, do AMOR, da SENSIBILIDADE, da IMAGINAÇÃO e da CRIATIVIDADE na Educação??? Aparecem com força total, realmente transformadora, nesse belíssimo filme! Assim como o valor de olhar e ouvir verdadeiramente o outro para se encontrar/construir caminhos e soluções. E a cena onde todos se permitem ser um pouco crianças, numa maravilhosa quebra de rotina naquela escola tão tradicional? Muito legal mesmo!!!  Superação, sobrevivência, alegria, dor, incompreensão, ignorância, medo, solidão, coragem, descobertas, possibilidades... RECONHECIMENTO. ENCONTRO. BELEZA. “Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial” arranca lágrimas até de quem nem conhecia o verbo chorar.


Link oficial do filme: http://www.taarezameenpar.com/

Texto extraído e adaptado dos blogs:


O filme foi assistido e aplaudido pelos cursistas. Vimos no filme uma lição de amor , de comprometimento de um professor com seus alunos, em especial o garoto Ishaan, que passa a ser respeitado por todos não como um deficiente, mas sim como uma criança que merece um ensino de qualidade,  assim como todo o alunado. Viva! O nosso carinho a todas as estrelas que passam em nossas vidas!







segunda-feira, 4 de abril de 2011

3º. Encontro - 30/03/2011

O terceiro encontro centrou-se na continuação da compreensão e valorização da cultura escrita e na inicialização do 2º quadro “Apropriação do sistema da escrita”. Ao iniciar o encontro, fizemos uma oração e uma reflexão através do Salmo 22. Em seguida, foi passado o vídeo de Rubem Alves “Educar” com o objetivo de propor uma meditação sobre a importância do papel da educação na sociedade. Rubem Alves diz que não adianta ter habilidade se não tiver sensibilidade o que gerou uma profunda discussão positiva para a continuidade do curso. Após a reflexão, demos prosseguimento revendo através de apresentação de power-point o resumo da aula anterior, visando a aprimoração dos conhecimentos adquiridos na etapa da compreensão e valorização da cultura escrita. Outros vídeos se sucederam durante o curso. O vídeo “Vida Maria” mostrou a questão do analfabetismo e a realidade de muitas de nossas crianças que não recebem o apoio da família. Alfabetização e Letramento - William R. Cereja: explora os gêneros textuais e linguagens de diferentes tipos - parlendas, trovas, adivinhas, cantigas populares, trava-línguas, poemas, histórias em quadrinhos, anúncios publicitários, contos maravilhosos, fábulas, cartuns, fotografias, pinturas, filmes, etc. William fala sobre as condições favoráveis tanto para inserir o aluno no mundo letrado quanto para levá-lo a compreender a função social da escrita. Em seguida às apresentações dos vídeos principiou-se discussões e debates acerca do assunto tornando a aula muito proveitosa. Foi distribuído o texto “Receita de Alfabetização” (CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática) como atividade de análise. Os cursistas adoraram a leveza e a espontaneidade do texto. A apresentação das tarefas de casa teve grande êxito, os integrantes dos grupos sentiram-se à vontade em explicitarem o que foi aprendido. Muitas confeccionaram baús da escrita, onde cada grupo denominaram de formas diferentes, ex.: baú da literatura, do conhecimento... Outras trabalharam rótulos e bulas de remédio, símbolos e convites, calendários... A experiência em sala de aula com os alunos do 1º ao 5º ano tem se tornado surpreendente e a troca de informações entre os cursistas tem sido ótima. A música (vídeo), “O caderno”, primeiro na versão do Padre Fábio de Mello e em seguida na versão Toquinho representa metaforicamente a vida e o caderno; conforme ele explicita, é possível virar a página, ou seja, recomeçar sempre que se comete um erro. A seguir, por meio de slides, foi feita a introdução do quadro 2 “Apropriação do sistema de escrita”. A leitura “Experiência de vida: um percurso para o letramento” de Maria da Guia gerou uma atividade em grupo que ficou como tarefa para casa. Sugeriu-se um pequeno texto em forma de memorial, relatando sua trajetória no mundo da escrita e leitura onde no próximo encontro haverá a troca entre as duplas para a construção de comentários considerando o processo de letramento vivenciado pelo colega. 




- Educar -
“Educar é mostrar a vida
a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!”
- e, ao falar, aponta.
O aluno olha na
direção apontada e
vê o que nunca viu.
Seu mundo
se expande.
Ele fica mais
rico interiormente...”
“E, ficando mais rico interiormente, ele
pode sentir mais alegria
e dar mais alegria -
que é a razão pela
qual vivemos.”
“Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.”
“A primeira tarefa da
 educação é ensinar a ver...


“É através dos olhos que as
crianças tomam contato com
a beleza e o fascínio do mundo...”

“Os olhos têm de ser educados

para que nossa alegria aumente.”
“A educação se divide em duas partes:
educação das habilidades
e educação das sensibilidades...”
“Sem a educação das sensibilidades,
todas as habilidades
são tolas e sem sentido.”
“Os conhecimentos nos dão meios para viver.
A sabedoria nos dá razões para viver.”
“Quero ensinar as crianças.
Elas ainda têm
olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade que,
para os gregos,
era o início do pensamento:...”
“...a capacidade de
se assombrar
diante do banal".
“Para as crianças,
tudo é espantoso:
um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus,
os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu,
um pião na terra.
Coisas que os
eruditos não vêem.”

“Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas,

taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.
Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore...
...ou para
o curioso
das simetrias
das folhas.”
“Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras
que com a realidade
para a qual
elas apontam.”
“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.”
O ato de ver
não é coisa natural.
Precisa ser
aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
“Quando a gente
abre os olhos,
abrem-se as
janelas do corpo,
e o mundo aparece refletido dentro
da gente.”
“São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver.
Elas não têm
saberes a transmitir.
No entanto,
elas sabem o essencial da vida.”
“Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir
e não se torna como criança
jamais será sábio.”
Rubem Alves


Rubem Alves – Nasceu em 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais. Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp. Tem três filhos e cinco netas. Poeta, cronista do cotidiano, contador de histórias, um dos mais admirados e respeitados intelectuais do Brasil.
“As crianças não têm
ideias religiosas, mas têm
experiências místicas.
Experiência mística não é ver seres de um outro mundo.
É ver este mundo iluminado pela beleza.”



2º. Encontro - 23/03/2011

O 2º encontro, realizado no dia 23/03/2011, foi marcado pelo sucesso. Iniciou-se com uma oração e em seguida foi feita uma reflexão sobre a poesia “A escola de Paulo Freire”. A seguir, através do vídeo “Poesia – O que é Letramento” de Kate M. Chong foi possível mostrar com clareza que letramento é muito mais que alfabetização, é o estado ou condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita. Prosseguindo, foram feitas as apresentações das atividades para casa o que se concluiu que não tiveram dificuldades em adaptá-las às crianças. Através do uso do livro “Alfabetização e Linguagem: Pró-letramento” e discussões, foram feitas as definições dos termos enfatizados nesta proposta; dos eixos necessários à aquisição da língua escrita; da gradação dos tons de cinza; das capacidades; da compreensão e valorização da cultura escrita; dos gêneros de textos; dos conhecimentos dos usos e das funções sociais da escrita (...). Os cursistas, em grupos, apresentaram e sugeriram ideias a respeito do quadro 1. Após o término das discussões, foi visto o valor da língua dentro de uma sociedade letrada, por meio de uma peça de teatro disponibilizada pelo grupo “Os Melhores do Mundo”; foi bastante hilário e divertida, de uma maneira simples e relaxada foi passado ao grupo o valor da língua. Em seguida, foi realizada uma dinâmica “A ciranda da Bailarina” interpretada por Adriana Calcanhoto, visando à demonstração da importância de que, por melhor que tenha sido o trabalho, e de que nem tudo é perfeito, sempre será possível fazer melhor. A consolidação das informações veio através da sensação de que todos já estavam mais conscientes de sua missão. 

Olha a seriedade!


Cartazes confeccionados pelo 4º. ano da professora Cleuza (22 de março - Dia da Água)



4º ano da professora Lúcia 




Nossa árvore!!!






A ESCOLA



"Escola é...

o lugar onde se faz amigos

não se trata só de prédios, salas, quadros,

programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente,

gente que trabalha, que estuda,

que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente,

O coordenador é gente, o professor é gente,

o aluno é gente,

cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

na medida em que cada um

se comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir

que não tem amizade a ninguém,

nada de ser como o tijolo que forma a parede,

indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

é também criar laços de amizade,

é criar ambiente de camaradagem,

é conviver, é se ‘amarrar nela’!

Ora , é lógico...

numa escola assim vai ser fácil

estudar, trabalhar, crescer,

fazer amigos, educar-se,

ser feliz."



 Paulo Freire