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segunda-feira, 4 de abril de 2011

3º. Encontro - 30/03/2011

O terceiro encontro centrou-se na continuação da compreensão e valorização da cultura escrita e na inicialização do 2º quadro “Apropriação do sistema da escrita”. Ao iniciar o encontro, fizemos uma oração e uma reflexão através do Salmo 22. Em seguida, foi passado o vídeo de Rubem Alves “Educar” com o objetivo de propor uma meditação sobre a importância do papel da educação na sociedade. Rubem Alves diz que não adianta ter habilidade se não tiver sensibilidade o que gerou uma profunda discussão positiva para a continuidade do curso. Após a reflexão, demos prosseguimento revendo através de apresentação de power-point o resumo da aula anterior, visando a aprimoração dos conhecimentos adquiridos na etapa da compreensão e valorização da cultura escrita. Outros vídeos se sucederam durante o curso. O vídeo “Vida Maria” mostrou a questão do analfabetismo e a realidade de muitas de nossas crianças que não recebem o apoio da família. Alfabetização e Letramento - William R. Cereja: explora os gêneros textuais e linguagens de diferentes tipos - parlendas, trovas, adivinhas, cantigas populares, trava-línguas, poemas, histórias em quadrinhos, anúncios publicitários, contos maravilhosos, fábulas, cartuns, fotografias, pinturas, filmes, etc. William fala sobre as condições favoráveis tanto para inserir o aluno no mundo letrado quanto para levá-lo a compreender a função social da escrita. Em seguida às apresentações dos vídeos principiou-se discussões e debates acerca do assunto tornando a aula muito proveitosa. Foi distribuído o texto “Receita de Alfabetização” (CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática) como atividade de análise. Os cursistas adoraram a leveza e a espontaneidade do texto. A apresentação das tarefas de casa teve grande êxito, os integrantes dos grupos sentiram-se à vontade em explicitarem o que foi aprendido. Muitas confeccionaram baús da escrita, onde cada grupo denominaram de formas diferentes, ex.: baú da literatura, do conhecimento... Outras trabalharam rótulos e bulas de remédio, símbolos e convites, calendários... A experiência em sala de aula com os alunos do 1º ao 5º ano tem se tornado surpreendente e a troca de informações entre os cursistas tem sido ótima. A música (vídeo), “O caderno”, primeiro na versão do Padre Fábio de Mello e em seguida na versão Toquinho representa metaforicamente a vida e o caderno; conforme ele explicita, é possível virar a página, ou seja, recomeçar sempre que se comete um erro. A seguir, por meio de slides, foi feita a introdução do quadro 2 “Apropriação do sistema de escrita”. A leitura “Experiência de vida: um percurso para o letramento” de Maria da Guia gerou uma atividade em grupo que ficou como tarefa para casa. Sugeriu-se um pequeno texto em forma de memorial, relatando sua trajetória no mundo da escrita e leitura onde no próximo encontro haverá a troca entre as duplas para a construção de comentários considerando o processo de letramento vivenciado pelo colega. 




- Educar -
“Educar é mostrar a vida
a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!”
- e, ao falar, aponta.
O aluno olha na
direção apontada e
vê o que nunca viu.
Seu mundo
se expande.
Ele fica mais
rico interiormente...”
“E, ficando mais rico interiormente, ele
pode sentir mais alegria
e dar mais alegria -
que é a razão pela
qual vivemos.”
“Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.”
“A primeira tarefa da
 educação é ensinar a ver...


“É através dos olhos que as
crianças tomam contato com
a beleza e o fascínio do mundo...”

“Os olhos têm de ser educados

para que nossa alegria aumente.”
“A educação se divide em duas partes:
educação das habilidades
e educação das sensibilidades...”
“Sem a educação das sensibilidades,
todas as habilidades
são tolas e sem sentido.”
“Os conhecimentos nos dão meios para viver.
A sabedoria nos dá razões para viver.”
“Quero ensinar as crianças.
Elas ainda têm
olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade que,
para os gregos,
era o início do pensamento:...”
“...a capacidade de
se assombrar
diante do banal".
“Para as crianças,
tudo é espantoso:
um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus,
os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu,
um pião na terra.
Coisas que os
eruditos não vêem.”

“Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas,

taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.
Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore...
...ou para
o curioso
das simetrias
das folhas.”
“Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras
que com a realidade
para a qual
elas apontam.”
“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.”
O ato de ver
não é coisa natural.
Precisa ser
aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
“Quando a gente
abre os olhos,
abrem-se as
janelas do corpo,
e o mundo aparece refletido dentro
da gente.”
“São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver.
Elas não têm
saberes a transmitir.
No entanto,
elas sabem o essencial da vida.”
“Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir
e não se torna como criança
jamais será sábio.”
Rubem Alves


Rubem Alves – Nasceu em 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais. Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp. Tem três filhos e cinco netas. Poeta, cronista do cotidiano, contador de histórias, um dos mais admirados e respeitados intelectuais do Brasil.
“As crianças não têm
ideias religiosas, mas têm
experiências místicas.
Experiência mística não é ver seres de um outro mundo.
É ver este mundo iluminado pela beleza.”



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